Leite, fralda, papinha. Quintal, acolchoado,
brincadeiras, brinquedos. Canetinha e o papel é o próprio corpo. O pulso ganha
um relógio desenhado. De manhã, Caverna do Dragão e Família Dinossauro. Bronca:
nããão! A palavra mais dita para mostrar o que não fazer e onde não mexer.
Pirulito de chocolate em forma de bichinhos, passeio no trenzinho da praça da
Biquinha, bóia nos braços, Zé Gotinha e cata-vento para não chorar depois da
vacina. Joelhos ralados. Boneca Feijãozinho e Chuquinha, Barbie patinadora.
Mochila, estojo completo e caderno encapado com papel quadriculado. Lancheira,
bisnaguinha com queijo e presunto embalado em papel alumínio. Suco na
garrafinha. Consigo sentir agora o cheiro do recreio. É um cheiro que só ele
tem. Tazzo e inspetora brigando. - Nem mais um A! B! - Não quero ouvir um piu!
Piu. E se esconde para não apanhar. "Hoje você vai dormir de bunda quente,
sua malcriada!". "Em casa a gente conversa!" Desespero resume
esse momento. "Oi, você quer ser meu amigo?" E assim nasce um
amiguinho que dura o eterno tempo de uma tarde na praia. Beijo na testa, oração
para o papai do céu. Até os anjos ganhavam um “boa noite”.
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