quarta-feira, 2 de outubro de 2013

A Infância

Leite, fralda, papinha. Quintal, acolchoado, brincadeiras, brinquedos. Canetinha e o papel é o próprio corpo. O pulso ganha um relógio desenhado. De manhã, Caverna do Dragão e Família Dinossauro. Bronca: nããão! A palavra mais dita para mostrar o que não fazer e onde não mexer. Pirulito de chocolate em forma de bichinhos, passeio no trenzinho da praça da Biquinha, bóia nos braços, Zé Gotinha e cata-vento para não chorar depois da vacina. Joelhos ralados. Boneca Feijãozinho e Chuquinha, Barbie patinadora. Mochila, estojo completo e caderno encapado com papel quadriculado. Lancheira, bisnaguinha com queijo e presunto embalado em papel alumínio. Suco na garrafinha. Consigo sentir agora o cheiro do recreio. É um cheiro que só ele tem. Tazzo e inspetora brigando. - Nem mais um A! B! - Não quero ouvir um piu! Piu. E se esconde para não apanhar. "Hoje você vai dormir de bunda quente, sua malcriada!". "Em casa a gente conversa!" Desespero resume esse momento. "Oi, você quer ser meu amigo?" E assim nasce um amiguinho que dura o eterno tempo de uma tarde na praia. Beijo na testa, oração para o papai do céu. Até os anjos ganhavam um “boa noite”. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário