Aceitei ser testemunha de um casamento desconhecido no cartório, hoje. A noiva agradeceu, ficou feliz. Ninguém queria. Todos tinham pressa e só.
Na lotérica, dia desses, "aguardem, por favor, 15 minutos pois o sistema está parado". Quinze minutos. Quase todos reclamaram: "Brasil". Lá fora estava um dia bonito para ver passar 15 minutos no 3º mundo, mas ninguém tinha tempo.
Só é permitido ter tempo em feriados.
Acho que descobri que eu não corro mais.
Não corro mais para pegar ônibus.
Ando mais pela calçada da praia do que dos prédios, agora.
Vejo as folhas das árvores passando por mim enquanto ando olhando para cima. O jeito como a luz passa por elas. E é bem bonito.
Ler coisas faz isso. Talvez ficar mais velho também. Não é tornar-se poético. É só a visão dos olhos "de ver" que vai mudando. E talvez seja exatamente o tempo que faz isso. Todos precisam (ou precisavam) tê-lo.
Por isso eu não corro mais.
Há problema nisso, ainda.
Portanto, ocasionalmente, devo voltar a correr. Mas, com a graça do tempo que o tempo me deu, sem mais tropeçar no meu próprio pé.
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