quinta-feira, 25 de setembro de 2014
sábado, 20 de setembro de 2014
Mau elemento ... ?
19h40, Jabaquara. Do lado da padaria, as vans que fazem fretado.
- Moço, ainda tem lugar?
- Tem só um aqui na frente.
- Ai que bom.
Sento. Coloco o cinto. Fone no ouvido e as músicas do celular. Cinco minutos depois entra e senta do meu lado um moço mal encarado.Cara fechada, magro, boca de bico, olhos pequenos, sobrancelha truncada. Coloca o cinto, esbarra em mim, mas não olha. Não diz boa noite. Na mão uma mochila e uma sacola. A van parte. Fico tensa. Perto do pedágio ele abre a bolsa. Enche a palma da mão de trouxinhas de plástico e joga na sacola. Estava certa. Ele era mesmo um homem perigoso. "Acho que na hora de descer vai nos assaltar"! Penso numa maneira de me aproximar dele. Quem sabe assim ele não leva meu celular. Tiro um saco de balas da mochila.
- Motorista, quer?
- Aceito uma, obrigado!
- E você, quer?
- Não moça, obrigado. Tô satisfeito.
E sorri de leve.
A viagem segue.Fico mais tranquila. Acho que ele não é tão mau assim. No fim da Serra, ele tira da sacola um pacote. É doce de leite em barra.
- Quer, moça?
- Não, obrigada!
- Motorista?
- Não, obrigado.
Ele come sozinho. Chegamos em São Vicente.
- Vai descer aonde, moça?
- Presidente Wilson.
- E você moço?
- Na divisa.
Chega meu ponto. O "mau elemento" desce para que eu possa passar e segura a porta para mim.
- Tchau moça. Vai com Deus. Bom descanso.
- Obrigada. Que Ele também vá com você.
O mau elemento sorri. E eu também. "Julgue a si mesma, Vanessa".
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